Você já ofertou seu marido para Deus?

Mulheres que tem esposos no ministério, precisam abrir mão de si próprias.

FONTE: SHOFAR POST

ATUALIZADO: 9 de novembro de 2018

Joel e Mara Engel

Muitas esposas de pastores, sendo elas pastoras ou não, sofrem e não entendem quando o seu marido tem um chamado para oração, para o Monte e precisam passar dias longe, se consagrando ao Senhor. Ninguém melhor do que a Pastora Mara Engel para falar sobre o assunto, uma vez que seu esposo já chegou a passar três anos no Monte, em Faxinal do Soturno. Há mais de 30 anos o Apóstolo Joel Engel continua frequentando o local, onde construiu uma Cabana, para estar a sós com Deus. Apesar de todas as investidas da esposa, as chantagens e a uma série de ameaças de acabar com o casamento, ele não desistiu do seu chamado e hoje, toda a sua família é apaixonada pela Presença de Deus.

Em uma entrevista exclusiva, a Pastora Mara conta como conseguiu superar, aceitar e amar o chamado do esposo.

  1. Vocês conheceram Jesus, já com alguns anos de casados. Como foi essa transição?

Mara Engel – Eu era muito jovem na época e o chamado de Joel foi muito violento. Ele se converteu por causa da minha cura e foi amor à primeira vista por Jesus. Mas eu fui muito dura e levei muito tempo para me converter, ao contrário dele, que vive até hoje o primeiro amor intensamente! Nada mudou! Quando eu leio em Apocalipse 2:4, na carta à Igreja de Éfeso, Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor”, eu vejo que ele nunca perdeu esse primeiro amor, por que realmente a chama nunca se apaga.

Enfim, eu creio que o chamado dele veio junto com o seu nascimento em Cristo. Ele comprou uma mala e encheu de bíblia, porque ele queria ler todos os tipos de bíblia que existiam. Era uma paixão por ganhar almas tão forte, que ele não dormia sem levar uma alma para Cristo e até hoje ele não passa em um pedágio sem levar Cristo para as pessoas, sem dar uma oferta para alguém, e quem viaja com ele sabe como é.

“Deus pedia a minha renúncia como oferta. Uma vez ele ligou para o telefone fixo e disse que estaria em casa em 45 minutos. Só chegou 3 dias depois”.

  1. E daí começaram as idas ao monte, onde os períodos dos retiros eram sempre crescentes. Como foi suportar isso, como esposa e como mãe de uma criança pequena?

Mara Engel – Foi terrível! Muitas vezes, no início, eu o chamei até de vagabundo, porque eu achava que ele não queria trabalhar, só orar e jejuar. Eu ficava preocupada em como íamos viver, pois nós já tínhamos o primeiro filho, o Tiago. Mas Deus nos supria de tudo e nunca deixou faltar absolutamente nada. Passamos por um vale e Joel nunca desistiu de ir para o Monte. Até que um dia, uma pessoa, tida como grande ‘líder espiritual’, foi à minha casa, falar mal dele, dizendo que ele era fanático, entre outros insultos. O Espírito Santo me levantou com autoridade e, antes de expulsá-lo eu disse: “você vai entrar em minha casa, para falar do meu marido? Nem que ele fosse um bandido, eu não iria permitir”. Acho que Deus se agradou daquela atitude e começou a mudar a minha vida. A aversão que eu tinha ao monte, começou a diminuir e, com o tempo, Deus foi me ensinando renúncias.

“Eu pensei em me divorciar e até cheguei a dizer para Deus: ‘Por que que o Senhor foi me curar para depois tirar meu marido de mim?’”

  1. Foi difícil essa renúncia?

Mara Engel – Deus trabalhou muito em meu ministério com essa palavra. Eu era muito orgulhosa, prepotente, que confiava em meu próprio trabalho, em mim mesma, então foi muito difícil essa entrega. Outra questão é que a gente não teve um período de amadurecimento, pois o Senhor começou a usá-lo logo, em apenas dois meses de conversão. Não podia um paralítico passar por ele, que ele orava e Deus curava. Apesar de serem muitas maravilhas e milagres, foi difícil ver as coisas que eu vi. Eu dei trabalho para o meu marido e ele teve que orar por mim por dois anos, pela minha conversão. Muitas idas ao Monte, foram por minha causa. Assim, Deus começou a trabalhar em minha vida, através da renúncia.

  1. Durante esses períodos mais longos que ele passou no monte, a senhora pensou em se divorciar?

Mara Engel – Sim, pensei muito! Eu até cheguei a dizer para Deus: “Por que que o Senhor foi me curar para depois tirar meu marido de mim?” Eu sentia que Deus tinha tirado ele de mim, mas Deus é muito bom comigo, mais para mim do que para ele até (risos)! Mas o Senhor começou a me mostrar coisas e me permitiu passar por situações que foram me moldando. Quando Joel saia para os retiros, Deus pedia a minha renúncia como oferta. Naquela época não havia celular. Lembro-me de uma vez, em que ele ligou para o telefone fixo lá de casa, e disse que estaria de volta em 45 minutos. Mas ele só chegou 3 dias depois. E sem comunicação, não dava para saber o que tinha acontecido.

Eu jamais pensei que ele estivesse fazendo alguma coisa errada. Mas Deus, nas coisas que Ele permitia que eu passasse, em meu sofrimento, Ele começou a me mostrar, que eu tinha que ofertá-lo, eu tinha que ofertar o tempo, o companheirismo. As vezes eu perguntava: “Senhor, o que tu queres de mim?” Era isso! Deus queria ele!

“A mulher que conseguir entregar o seu marido para Deus, ganha o marido!”

  1. A senhora acredita que é uma questão de amadurecimento e sabedoria, para que as mulheres liberem seus maridos?

Mara Engel – Eu não acredito em nenhum tipo de sucesso, de crescimento em ministério ou da Igreja, se o sacerdote não estiver na Presença de Deus. Porque todas as nossas conquistas e todas as batalhas que vencemos, foi através dos nossos joelhos e das milhares de horas que ele passou naquele monte. Hoje eu sei, que o tempo que ele ficava, 7 dias, 6 meses, 40 dias de jejum por várias vezes, valeu muito a pena.

As vezes eu saia de casa e ia visita-lo, com meu filho pequeno e quando eu saia de lá, o Espírito Santo me dava paz. Então eu aprendi que a primeira coisa que a mulher tem que saber é que o marido não é dela, mas sim de Deus. Não é fácil, nem foi para mim, mas a mulher que conseguir entregar o seu marido para Deus, ganha o marido! Estamos há 41 anos casados e nem no início tivemos uma vida tão intensa, no que diz respeito a carinho, amor, cumplicidade, comunhão, brincadeiras, como temos hoje. De vez em quando, largamos tudo e viajamos para Gramado, nem que seja para passar dois dias, fugindo, como se fôssemos dois adolescentes. O tempo que temos para nós dois é mais bem aproveitado, do que o dos casais que vivem o ano inteiro juntos. É um tempo de qualidade. O inimigo não rouba nada. Há uma confiança mútua, uma liberalidade no Espírito, é tremendo.

“A primeira coisa que a mulher tem que saber é que o marido não é dela, mas de Deus. Eu não acredito em nenhum tipo de sucesso, de crescimento em ministério ou da Igreja, se o sacerdote não estiver na Presença de Deus”.

  1. Para finalizarmos, deixa um conselho para as mulheres, diante de toda essa sua experiência.

Mara Engel – Deus não trabalha na insegurança, nem nos ciúmes. Libera! Oferta seu marido para a Presença de Deus e seja uma incentivadora para ele ir orar, jejuar, buscar ao Senhor. Respeite o jejum dele! Se seu marido estiver jejuando em casa, evite fazer comidas que vão provoca-lo, tira-lo da bênção. Muitas vezes, quando Joel estava em jejum e nós não, eu levava as crianças para fazer um lanche fora, só para ele não sentir o cheiro da comida. Essa é a mulher ajudadora. Eu não nasci sabendo essas coisas, descobri na Palavra. Então, a primeira coisa que temos que descobrir é que o nosso papel como mulher deve ser amar, honrar, ajudar, ser fiel e ser ajudadora. Como um homem vai ter um ministério sem uma mulher para encoraja-lo? Pela vontade dele, sozinho, ele não vai ter forças. Eu vejo isso hoje! Tem pastores que vem ao monte para ficarem 7 dias e quando chega ao terceiro, tem que ir embora porque a mulher fala que não fica mais nenhum dia em casa. Os pastores estão passando uma dificuldade muito grande e isso irá se refletir futuramente em ministério destruídos, casamentos acabados e filhos totalmente desequilibrados. Essas mulheres precisam urgentemente, entregar os seus maridos para Deus. As vezes eu vejo mulheres maduras, com 50 anos de idade, pesquisando as mensagens do marido no celular! São pessoas inseguras. Que felicidade é essa? Que casamento é esse? Não há respeito e confiança! Você não vai conseguir nada perseguindo o seu marido, nem tirando dele aquilo o que Deus está dando. Encoraje, ajude e conquiste a confiança e o amor do seu marido, respeitando o seu ministério e deixando ele livre para estar com o Senhor, quantas horas e quantos dias ele quiser. Deus vai abençoar você, seu casamento e o ministério de seu marido, em nome de Jesus. Que Deus te abençoe!

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