Albert Kankienza fala sobre avivamento na África: “Oração é a chave”

O ápice do avivamento na República do Congo aconteceu quando surgiram pequenos grupos de oração.

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ATUALIZADO: 29 de setembro de 2017

Com a formação de pequenos grupos de oração, a República do Congo, na África, foi palco de um dos mais marcantes avivamentos na história da Igreja.

O processo de avivamento teve início com a expansão da igreja Assembléia de Deus na nação, na década de 1960. Com a chegada do evangelista americano Tommy Lee Osborn, em 1969, foram iniciadas as primeiras cruzadas evangelísticas no país. Depois disso, nasceu a denominação pentecostal Deus é Bom, que também teve um papel importante nesse processo.

Mas o ápice do avivamento na República do Congo aconteceu no final da década de 1970, quando surgiram pequenos grupos formados por pessoas que deixaram as igrejas tradicionais e passaram a se reunir com o único objetivo de orar — sem pastores, dízimos ou ofertas.

Nas reuniões, as pessoas oravam por longas horas, viam grandes milagres e conversões de bruxos. Ao mesmo tempo, a igreja passou a ser perseguida pelas denominações tradicionais, que até mesmo denunciaram o movimento às autoridades da República do Congo. Igrejas foram fechadas, pessoas foram torturadas e mortas.

Reconhecimento

A igreja era tida como clandestina e marginalizada até a eleição do novo presidente do país, em 2001, Denis Sassou Nguesso. Na época, o bispo Albert Kankienza reivindicou mudanças e, com a união dos líderes evangélicos, a igreja foi oficialmente reconhecida pelo Estado em 2003.

“Assim nos tornamos uma igreja no mesmo patamar que as outras. Hoje, nas grandes cerimônias políticas, há o cardeal católico, o monsenhor protestante, o grande homem do islamismo e eu que além de general, também represento as igrejas”, disse Kankienza ao Guiame.

Desde então, o bispo conta que as relações entre o governo e a igreja se estreitaram. A igreja ganhou algumas vantagens e se tornou mais atuante — um exemplo disso foi a criação de escolas primárias e secundárias reconhecidas pelo governo.

Conselheiro Cristão

Kankienza não conhecia o presidente, e Nguesso não conhecia o bispo. Um dia o telefone do evangelista tocou enquanto ele estava pregando. Sua secretária anotou o recado e entregou ao bispo ao final do culto. O presidente o havia procurado. Depois de retornar a ligação, Kankienza chegou até ele e foi nomeado seu conselheiro.

“Depois de ser nomeado, descobri que foi um amigo pastor que indicou meu nome ao presidente. Fui nomeado duas vezes, e ainda fui deputado durante três anos de mandato no país”, relata o bispo.

Para Kankienza, quando um presidente decide consultar um homem de Deus há um grande impacto na nação — mas essa não é uma ação completa. “Quando o presidente quer tomar decisões, ele escuta a minha opinião e meus avisos, mas ele pode tomar as decisões dele”, afirma.

“É uma boa coisa se um presidente aceita orar com um homem de Deus. Quando nos encontramos, ele diz para mim: ‘Podemos orar?’. Quando começamos a conversar sem orar, ele diz: ‘Agora que nós terminamos, podemos orar?’”, conta.

O Avivamento

Os grupos de oração da República do Congo passavam madrugadas inteiras buscando a Deus. Kakzienza afirma que foram as horas em clamor que abriram os céus para o avivamento. “Deus respondeu esses grupos de oração com o avivamento. Foi um vento novo, foram bruxos se convertendo, feiticeiros jogando seus feitiços fora, bandidos se convertendo, prostitutas se convertendo, foi uma coisa grande e espantosa”, relata.

“Quanto mais oramos, mais as coisas acontecem. O coreano David Yonggi Cho, da maior igreja do mundo, disse: ‘A oração é a chave do avivamento’”, continuou o bispo.

E não para por aí. “A igreja tem que se colocar em oração, ler bastante a palavra de Deus. O pastor tem que procurar ser uma bênção de Deus, sempre se colocar de joelhos, procurar a face de Deus. Quando o pastor é avivado, ele também vai avivar o povo. Mas se o povo procura a Deus e o pastor não procura, não tem avivamento. Tudo começa pelo pastor”, explica Kankienza.

Muitos podem até pensar que avivamento é sinônimo de milagres manifestados em massa; mas Kankienza explica que a transformação é mais profunda. “As pessoas deixam o mundo. As pessoas abandonam o pecado. Elas ganham um amor louco por Deus. Elas devoram a palavra de Deus, elas amam a igreja, elas amam as coisas de Deus”.

“O maior milagre é a conversão de alguém. Quando alguém não é convertido, mesmo que ele tenha o milagre, ele pode voltar à sua vida normal. Mas o maior milagre é aceitar Jesus e ter uma mudança de coração. É aceitar Jesus e se separar do mal, se satisfazer com a Palavra, se santificar. O resto vai vir depois”, finaliza.

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