ATUALIZADO: 29 de setembro de 2017
Foi preciso estar perto da morte para que Randy Clark pudesse viver sua primeira experiência com Deus através da cura, aos 18 anos de idade.
Em um acidente de carro, que aconteceu em 1970, a maioria dos ossos de seu rosto foram destruídos, as vértebras da coluna foram comprimidas e ele ficou paralisado. Mas através das orações de uma Igreja Batista ele foi curado.
Um mês depois do acidente, Clark foi chamado por Deus para o ministério pastoral. Mas foi em 1994, quando começou uma onda de avivamento em Toronto, no Canadá, que ele passou a viajar ao redor do mundo.
Sua primeira viagem ao Brasil aconteceu em 1999, em um evento organizado pela Igreja do Evangelho Quadrangular. Na ocasião, a unção foi tão intensa que ele não conseguiu pregar. “As pessoas não me ouviam, mesmo eu falando alto no microfone. Todos foram tocados pelo Espírito”, disse ele em entrevista ao Guiame.
Após o culto singular, um diálogo entre o pastor brasileiro e Randy Clark esclareceu a principal característica de seu ministério. “Alguns pastores pregam bem melhor que você. Mas eles vem, pregam, a gente gosta da palavra, eles vão embora e permanecemos os mesmos”, disse o brasileiro a Clark. “Quando você partiu, nossos pastores e líderes tinham sobre eles essa unção para curar também. Essa foi a diferença. Quando você partiu, a unção permaneceu”.
Para o avivalista, a diferença entre atrair um mover passageiro de atrair uma unção permanente para a igreja está em “desmistificar o sobrenatural e ensinar o povo”.
Unção é para todos?
Clark explica que a unção é derramada para o cumprimento dos propósitos de Deus através das pessoas. Para esclarecer, o avivalista usou dois ofícios como exemplos: o de evangelista e o de operador de milagres.
“Como cristãos, todos nós temos o chamado de falar de Jesus. Mas algumas pessoas recebem uma graça maior de ter mais facilidade para evangelizar. Como cristãos, todos nós devemos orar pelos enfermos. Mas algumas pessoas começam a se destacar no dom de cura, mais do que outras e há uma graça sobre a vida delas para isso”, exemplifica.
“Assim como nem todos são chamados para serem evangelistas, mas todos são chamados para evangelizar, nem todos são chamados para o ofício de curar ou operar milagres, mas todos são chamados para orar pelos enfermos”, afirma.
As mudanças da igreja brasileira
Clark já passou pelo Brasil diversas vezes e conseguiu notar algumas mudanças no cenário da igreja brasileira. Uma delas está na maior abertura de igrejas tradicionais para o mover do Espírito Santo.
“Cada vez mais, ao redor do mundo, tem sido tão grande a evidência de que Deus opera curas e milagres que é difícil você permanecer em uma teologia que diz o contrário. Você tem quase que enfiar a cabeça na areia, como um avestruz, para não ouvir e ver o que está acontecendo ao redor”, afirma.
Outra grande mudança notada por ele está no discipulado. “O movimento de discipulado se espalhou muito no Brasil, mas eu vejo que é muito melhor quando o líder tem um papel de pai do que quando ele tem um papel de general do exército. A igreja vai crescer mais e com mais saúde quando o líder está mais interessado em cuidar das pessoas como uma família do que em desenvolver um sistema de crescimento para a igreja”, aponta Clark.
Ele relembra que, segundo a Bíblia, o julgamento será executado pela igreja. Mas para isso, é preciso que a corrupção que afeta a cultura não faça parte do corpo. “A corrupção pode estar tão enraizada na cultura do povo que, infelizmente, ela consegue entrar no coração dos líderes da igreja”, lamenta.
“Acredito que para que o avivamento no Brasil continue crescendo, há necessidade de um maior nível de integridade no coração dos líderes, e amor pelas pessoas da igreja”, reflete Clark.
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